A absorção líquida de escritórios comerciais dos padrões A e A+ ficou positiva, em São Paulo, no intervalo de
outubro a dezembro, chegando a 49.030 metros quadrados, após três meses consecutivos do indicador negativo,
segundo a Newmark Grubb Brasil. Ainda assim, o indicador foi negativo em 43,8 mil metros quadrados no
acumulado de 2016. Na prática, absorção líquida negativa significa que mais áreas foram devolvidas do que o novo
estoque absorvido.
Segundo a presidente da Newmark Grubb, Marina Cury, algumas negociações de locação que se arrastaram
durante todo o ano passado foram fechadas no quarto trimestre. "Quando houve um mínimo de direcionamento
do país, algumas empresas tomaram a decisão [de alugar espaços]", diz Marina Cury. No ano passado, houve
devolução de áreas, principalmente, no primeiro semestre.
Não havia tantos trimestres consecutivos de absorção líquida negativa desde 2002 e 2003, segundo o gerente de
escritórios da Newmark, Eduardo Cardinali. Foi o período após os atentados de 11 de setembro, em que o mercado
de escritórios sofreu forte retração. A pesquisa indicou que, em 2016, as regiões com maior volume de devoluções
de áreas foram Alphaville, Paulista e Marginal.
Levantamento da consultoria apontou também crescimento do número de contratos de pré-locação negociados
nos últimos meses de 2016. Há expectativa de aumento da absorção líquida neste trimestre.
De acordo com a presidente da Newmark, potenciais ocupantes estão atentos à possibilidade de o mercado deixar
de ser tão favorável aos inquilinos e que não querem perder o momento. "A mudança é lenta. O mercado não vira,
totalmente, de uma hora para a outra", conta a executiva.
Já a absorção bruta foi de 96.404 mil metros quadrados, no quarto trimestre, e superou 300 mil metros quadrados
no acumulado do ano. A taxa de vacância ficou em 23,3%.
Segundo a Newmark, foi entregue novo estoque de 221 mil metros quadrados no ano passado, ante a previsão de
480 mil metros quadrados. O novo estoque previsto para 2017 é de 335 mil metros quadrados, o que contribuirá
para elevar em 8,6% o estoque de edifícios de alto padrão nas regiões abrangidas pelo levantamento.
No quarto trimestre, o preço médio mensal pedido por metro quadrado caiu 1,5% em relação ao período anterior,
para R$ 94,6. A redução foi de 7,2% se considerada a comparação anual. "Para 2017, a expectativa é que os preços
tenham viés de queda para estabilidade. Elevações só são esperadas para 2018, mas antes haverá equalização da
diferença entre o preço pedido e fechado", diz Cardinali.
Já levantamento da Siila Brasil apontou que, no quarto trimestre, foi entregue apenas um prédio corporativo de
alto padrão na capital paulista - a torre B do EZTowers -, com 47 mil metros quadrados. Em 2016, o estoque
aumentou 220,2 mil metros quadrados, em São Paulo, para 2,6 milhões de metros quadrados.
No trimestre, houve absorção líquida positiva de 62,8 mil metros quadrados e absorção bruta de 82,7 mil metros
quadrados, segundo a Siila. A vacância ficou em 26,04%. O preço médio teve leve alta de 0,1%, no trimestre, mas
queda de 4,5% no ano passado. A consultoria espera que os valores de locação se estabilizem, neste ano. |