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29/10/2015 - 05:00

Mudança no teto do 'Minha Casa' agradou ao setor

Os aumentos dos preços máximos dos imóveis enquadrados nas faixas 2 e 3 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para famílias com renda mensal entre R$ 2,35 mil e R$ 6,5 mil agradou à maior parte das incorporadoras que atuam no segmento, embora haja críticas a outras mudanças anunciadas, como a alta taxa de juros. A elevação do preço pode ser a "mola propulsora para o crescimento do setor", segundo o vice-presidente de habitação popular do Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Ronaldo Cury.

"Temos mais é de agradecer ao governo de conseguir soltar o Minha Casa, Minha Vida 3 em um momento como este", disse o representante do Sinduscon-SP. O impacto será sentido, principalmente, a partir de 2016.

"Será uma injeção de adrenalina no setor", afirma o co-presidente da MRV Engenharia, Rafael Menin. O executivo ressalta que as alterações vão resultar em aumento da velocidade de vendas em alguns mercados e em melhora de margens em outros. Menin conta que em Macaé (RJ), por exemplo, o preço das unidades não estava enquadrado no teto antigo do financiamento com recursos do FGTS, o que prejudicava a velocidade de vendas. Já em Brasília, a MRV reduziu o valor para encaixar os imóveis no que estava previsto, o que significou perda de margem. Menin espera que o ritmo de vendas em praças como Macaé aumente e que a margem melhore em mercados como Brasília.

A Cury Construtora vai lançar, ainda neste ano, na cidade de São Paulo, empreendimento incluído no novo teto. Havia dúvidas se o projeto seria lançado, mas, com a regulamentação dos novos valores, o martelo foi batido. O Valor Geral de Vendas (VGV) lançado pela Cury vai somar R$ 700 milhões em 2015, segundo o presidente da incorporadora, Fabio Cury, incluindo esse projeto. A Cury - joint venture na qual a Cyrela tem 50% de participação - vai reavaliar alguns terrenos dos quais tinha opção de compra para desenvolver projetos para a faixa 1 em relação à possibilidade de destinação para a faixa 1,5.

Já o diretor financeiro e de relações com investidores da Tenda, Felipe Cohen, avalia que a fase 3 do Minha Casa é pior do que as anteriores. "Não é o preço que limitava a demanda. O grande gargalo sempre foi a capacidade de financiamento do cliente", diz. Cohen ressalta que o aumento da taxa de juros para a faixa 2 do programa de 5% para 5,5% limita a capacidade de financiamento. "Parte da renda será usada para subsidiar aumento da taxa de juros", afirma. Cohen cita que, no Rio de Janeiro, o limite anterior para a faixa 2 era R$ 190 mil, mas o valor que torna a venda viável é de R$ 170 mil e que, na prática, não será possível elevar o preço para o novo teto de R$ 225 mil.

A Tenda, cujos lançamentos se concentram na faixa 2, considera a possibilidade de atuar também na faixa 1,5. "É um novo potencial que se abre", diz Cohen, ponderando que o limite de preços da faixa que está sendo criada é "muito rígido". Ainda falta clareza, segundo ele, dos parâmetros para a faixa 1,5, como, por exemplo, se serão necessários acabamento de piso e azulejos de determinada especificação. "Assim que o governo divulgar as especificações, vamos testar a atratividade [da faixa 1,5], fazendo pilotos", diz. Cohen ressalta que, no segmento, as margens são apertadas, e é preciso ter escala.

Os preços da faixa 1,5 - destinada a famílias com renda entre R$ 1,8 mil e R$ 2,35 mil -, variam de R$ 120 mil a R$ 135 mil, dependendo do local. Conforme o representante do Sinduscon-SP, o detalhamento da faixa 1,5 ocorrerá a partir de janeiro. "A faixa já está na previsão orçamentária do fundo para 2016", diz Ronaldo Cury.

O vice-presidente do Sinduscon-SP pondera que quem atua em praças fora das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro e do Distrito Federal está "descontente" com os novos preços, pois o teto do preço do imóvel em cidades com menos de 100 mil habitantes que façam parte de regiões metropolitanas enquadrado no programa foi reduzido. Segundo Cury, o governo sinalizou que haverá um período de transição para que os valores antigos sejam considerados nesses mercados, que deve ir até outubro de 2016.

Fonte:
http://www.valor.com.br